Cineamazônia Itinerante passa pelo Quilombo de Pedras Negras, Mateguá e Porto Rolim
Depois de ir até o Quilombo de Santo Antônio e a vila boliviana de Versalles, o Cineamazônia Itinerante chegou a outro ponto importante do Rio Guaporé, na terça-feira (05): o quilombo de Pedras Negras, que fica a cerca de três dias de barco de Costa Marques.
O pequeno porto da localidade recebeu toda a estrutura do projeto para exibição de filmes curta metragens e a apresentação circense do palhaço Cloro. A dona Aniceta Pinheiro, de 76 anos, teve a entrevista ao projeto Museus Vivos exibida para toda a comunidade. “Fico feliz e triste ao ver a minha fala, pois quando era criança, era tudo muito difícil. Tirar seringa, colher castanha na mata, trabalhar na roça. Remar três, quatro dias para chegar na cidade. Não tinha motor. Hoje, está tudo mais fácil. Minha netinha e meus parentes veem o quanto não foi fácil a minha vida”, apontou ela.
Desde 2010, o Cineamazônia Itinerante prestigia e sempre faz uma parada especial no Quilombo de Pedras Negras, um dos mais antigos de Rondônia. “Eu conheço o trabalho da Fernanda e do Jurandir há pelo menos sete anos. Eles sempre vêm aqui e sabem da nossa realidade. Já entraram nos nossos castanhais, na mata, pra saber como a gente vive. Não é fácil também tocar esse projeto e levar cinema e arte para várias comunidades do rio. Sempre ficamos muito felizes em receber vocês aqui”, falou o presidente da Associação do Quilombo de Pedras Negras, Francisco Edivaldo.
A coordenadora do Cineamazônia Itinerante, Fernanda Kopanakis, também recordou alguns momentos com a população da comunidade. “Há muito tempo nós percorremos o Rio Guaporé. Há alguns anos realizamos o documentário Quilombagem, onde tivemos contatos com muitos de vocês que estão aqui conosco. Fizemos questão de conhecer a realidade de vocês e sempre ficamos felizes de retornar aqui, um lugar muito especial para nós”.
Mateguá
Quatro dias depois de sair de Costa Marques, na noite da quarta-feira (06), o Cineamazônia Itinerante aportou em Mateguá, pequena vila boliviana com algumas dezenas de famílias. Crianças e adultos receberam toda a equipe com muita alegria.
Depois, a plateia, bastante animada, assistiu o depoimento do senhor Simeon Lopez Flores, ao projeto Museus Vivos. Em seguida, vários filmes curta metragens e a apresentação especial do palhaço Cloro. “Nossa comunidade precisa muito desse tipo de inciativa. Estamos longe de tudo e de todos. As crianças estavam em uma grande expectativa pela vinda de vocês e do palhaço. Elas só falavam nisso durante vários dias. Todos rimos muito com os filmes e com o espetáculo dele”, falou Roberto Hijo, representante da comunidade.
Porto Rolim
Mesmo com todas as dificuldades de navegação pelo Rio Mequéns, que está com o nível baixo, na noite do feriado cívico de Sete de Setembro, a equipe do Cineamazônia Itinerante foi até o distrito de Porto Rolim, na escola municipal Ana Nery, onde fez parte da programação especial do colégio, com apresentação de fanfarras e danças folclóricas. O público curtiu bastante os filmes curta metragens e o show especial do palhaço Cloro, para dezenas de adultos e crianças.
Mais Cineamazônia
O Cineamazônia Itinerante continua a segunda etapa do projeto, com a exibição de filmes e apresentações circenses com o palhaço Cloro por mais quatro localidades no Vale do Mamoré e ao longo do Rio Guaporé até o dia 12 de setembro, quando encerrará suas atividades em Cabixi, no cone Sul do estado.
A equipe do Cineamazônia irá até comunidades ribeirinhas e quilombolas, reservas extrativistas, tanto do lado brasileiro como do lado boliviano. As primeiras apresentações foram feitas na estrada, como ocorreu na primeira etapa da itinerância.
Serão alternados municípios e localidades rondonienses e bolivianas. As próximas localidades e cidades que estão previstas são: Cafetal, Remanso, Pimenteiras, e por fim, Cabixi.
A 15ª edição do Cineamazônia tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal, Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual e da Lei Rouanet. Ainda tem o apoio cultural da Sejucel, Funcultural, Fecomércio e SESC Rondônia. O Cineamazônia é associado ao Fórum dos Festivais e membro do Green Film Network.
Texto: Felipe Corona
Fotos: Beethoven Delano.
Você também pode gostar
Cineamazônia Itinerante passa por Santo Antônio e Versalles
Depois de 18 horas de viagem, saindo de Costa Marques, o Cineamazônia Itinerante chegou até o Quilombo de Santo Antônio, onde exibiu filmes curta metragens e aconteceu a apresentação do
ITINERÂNCIA DO FESTCINEAMAZÔNIA NO VALE DO GUAPORÉ CHEGA AO FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA
Às margens do Rio Guaporé, o Forte Príncipe da Beira é um marco do Brasil Colônia na fronteira com a Bolívia. Obra iniciada em 1776 contou com a mão de
ABUNÃ
Nesse dia, a rota do Festcineamazônia itinerante saiu de União Bandeirante, distrito cuja arquitetura é predominante de madeira, uma marca da fronteira de expansão agropecuária em direção à floresta, para