FEST CINEAMAZÔNIA® 2010 REALIZA ETAPA ITINERANTE NO BAIXO MADEIRA
O Fest Cineamazônia® – Festival Latino Americano de Cinema e Vídeo Ambiental realiza a etapa itinerante 2010. A primeira viagem foi para as localidades da região do Baixo Madeira, em Porto Velho. Em uma embarcação especialmente preparada para o transporte e acomodações, a equipe passou por São Carlos, Nazaré e Calama. Um documentário sobre o festival está sendo produzido, tendo como protagonista o jornalista e artista Silvio Santos, o Zé Katraca, que nasceu em São Carlos, às margens do rio Madeira.
A etapa itinerante é uma forma de levar cinema e vídeo para comunidades sem salas de projeção, promovendo inclusão cultural. Serve também para ampliar o público para o cinema nacional. A mobilização envolve integrantes da equipe do Fest Cineamazônia® e parceiros, como os administradores dos distritos visitados, que juntamente com diretores de escolas ajudam na divulgação do evento.
Para chegar aos distritos do Baixo Madeira, a equipe do festival teve dificuldades. A embarcação só pode viajar durante o dia por causa da fumaça das queimadas que afetam a visibilidade. Outro problema foi o baixo nível do rio Madeira que deixa expostos os pedrais e bancos de areias.
O Baixo Madeira foi a rota inicial da etapa itinerante, mas o Fest Cineamazônia® também será levado para os demais distritos e localidades do extenso município de Porto Velho, devendo atingir um público geral de três mil pessoas. Serão onze localidades ao todo que receberão as exibições de cinema e vídeo ambiental.
A viagem começou no domingo passado com um dia de preparação no barco Nossa Senhora Aparecida II, especialmente preparado para os tripulantes do festival. Todos dormiram no barco para não atrasar a saída prevista para as 5 horas da segunda-feira, mas as condições de visibilidades foram tão ruins que a viagem só foi liberada às 7 horas daquela manhã.
São Carlos, a primeira parada
A chegada a São Carlos se deu 6 horas depois da saída de Porto Velho. A equipe de logística cuidou das instalações elétricas, montagem do telão e posicionamento de confortáveis cadeiras. Enquanto isso, a produção técnica gravava cenas do cotidiano e do personagem Silvio Santos (Zé Katraca) que será protagonista num documentário sobre o festival.
A escolha do poeta, cantor e jornalista Silvio Santos para narrar o filme se deu por ser natural de São Carlos. Durante as gravações o artista se emocionou em rever parentes, amigos e de regressar ao lugar onde nasceu.
A cada etapa realizada são feitas imagens e fotografias das localidades para que no futuro seja feito um comparativo da ocupação populacional na região. As imagens são exibidas em vídeo de abertura da mostra o que causa grande empolgação do público que se vê na tela gigante.
Nazaré, o paraíso das artes
A mostra itinerante em Nazaré foi marcada pela emoção do público ao assistir o filme Mulher De Branco, produzido, dirigido e interpretado por artistas da localidade. Destaque também para os três vídeos clips produzidos pelo Fest Cineamazônia® com o grupo musical Minhas Raízes formado por 21 crianças. Liderados pelo maestro Tim Maia, as crianças cantam músicas inéditas com letras sobre o folclore e o cotidiano dos moradores da localidade.
O grupo tem agenda de shows, mas só sai de Nazaré depois do cachê acertado. “é uma forma de respeito e valorização dos nossos artistas”, explica Tim, que já produz o segundo CD do grupo. O Minhas Raízes já se apresentou até em Brasília. As melodias são acompanhadas com bioinstrumentos de percussão fabricados com madeiras rejeitadas pela natureza. A originalidade é a marca do grupo.
A itinerância em Nazaré aconteceu num clima de preocupação por causa do racionamento de energia e falta de comunicação. Os três telefones públicos não estavam funcionando. Num final da tarde o conjunto gerador voltou a funcionar depois de reabastecidos. O combustível chega à localidade em grandes balsas-tanques, o que dificulta o abastecimento. Com a chegada da energia elétrica a equipe agiu rápido para montar a estrutura.
Calama, o berçário dos botos
Emoção à parte em Calama são os bailados dos botos que se aglomeram na confluência dos rios Machado e Madeira. O grande poço formado pela união dos dois grandes rios torna o local farto em peixes, alimento cobiçado pelos botos. Ali é comum ver grande quantidade desse mamífero símbolo das águas da Amazônia.
A exibição da mostra itinerante em Calama aconteceu na frente da igreja, nas margens do rio Madeira. O público recebeu com alegria a mensagem do Fest Cineamazônia® Itinerante.
A localidade de Calama é cercada de grandes rios e igarapés. A travessia para alguns bairros se dá por longas pontes. Os estudantes são privilegiados com duas escolas bem estruturadas, uma delas com internet freqüente e estável. A direção da Escola Estadual General Ozório e da Escola Municipal Dra. Ana Adelaide apoiaram o Fest Cineamazônia®, ajudando na divulgação e mobilidade da comunidade.
A equipe saiu de Calama com uma preocupação: a cada ano parte localidade é devorada pela correnteza do rio Madeira. Como o leito do rio ainda está em formação, o fenômeno se repete com o desbarrancamento das margens. No próximo inverno é provável que algumas casas possam desaparecer.
No retorno a equipe leva saudades de gentes alegres e receptivas, que vivem próximo da natureza e sabem da importância de preservar o meio ambiente. Com o dever cumprido, o Fest Cineamazônia® espera ter deixado mensagens construtivas para as novas gerações.
O retorno à Porto Velho também foi com visibilidade baixa por causa da fumaça. Viajando sempre de dia, a embarcação traz os técnicos e o pessoal de apoio para um descanso até que chegue o momento da próxima viagem.
O Fest Cineamazônia® Itinerante tem o patrocínio do Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual e Fundo Nacional de Cultura, apoio da Prefeitura de Porto Velho através da Semed – Secretaria Municipal de Educaçao, e, Fundação Iaripuna – Cultura e Jornal Folha de Rondônia.
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