MATEGUÁ, NA BOLÍVIA, RECEBE O FESTCINEAMAZÔNIA ITINERANTE
A comunidade boliviana de Mateguá é natureza bruta. Com 26 família e povo receptivo, o lugar remete a uma Amazônia primitiva, do começo do século, de seringais. Se ignorar as placas solares e antenas parabólicas, presentes na maioria das casas, retorna-se ao passado das colocações amazônicas. A equipe do Festcineamazônia Itinerante chegou na comunidade no dia 19 de agosto, quarta feira.
Peles de onças esticadas, peixes com fartura – pois somente eles pescam por ali, intimidam os que se aventuram a pescar em suas águas – tracajás caçados, multicoloridas casas de madeira. Muitas delas, cobertas de palha.
Ainda sobre as casas, algumas são de pau a pique, que remete ao sertão nordestino. Com o barro e madeira de sua construção a mostra. Todas elas, cercadas por um jardim bem cuidado, com plantas ornamentais e nativas das mais variadas: entre cactos, samambaias e orquídeas. Também, no terreiro, galinhas, porcos, patos e uma horta. Fartura de alimentos.
Uma parte dos moradores são Israelitas, um tipo de cristianismo que busca um retorno as raízes, inclusive, nos modos de se vestir e de se comportar. Homens de longos cabelos, inclusive as crianças. No caso dos adultos, barbas também compridas. As mulheres, adultas ou meninas, cobrem as cabeças com uma espécie de véu, o tecido um tipo de seda ou viscose, em geral, colorido, que cai sobre o cabelo e costas.
Nem todas as famílias são israelitas, mas todos são religiosos. A minoria católicos, inclusive, existe uma pequena capela na entrada da comunidade, um tanto quanto abandonada, um barracão simples de madeira, com desenhos que remetem ao Divino Espirito Santo, muito cultuado em todo o Vale do Guaporé. O restante, são evangélicos.
Naquela noite, realizou-se uma das mais emocionantes apresentações do Festcineamazônia Itinerante, com o cantor Rodolfo Minari e o palhaço Mineiro Titetê, seguido pelo curta gravado na própria comunidade, com crianças do local, orquestrado pelo jovem cineasta Christian Ritse. O telão de cinema montado, sempre é poético e mágico, ainda mais em lugares como aqueles. Tão especiais, por serem únicos. Uma pausa antes do início da apresentação, uma cobra surucucu invadiu a plateia. Das mais venenosas da floresta.
Resolvido o problema, no melhor estilo amazônico, uma paulada bem dada no peçonhento animal, iniciou o espetáculo. A comunidade em peso foi prestigiar, pelo menos umas 150 pessoas.
A jovem liderança do local, Anselmo Rios Escalera, emociona-se: “Muito bom este projeto. Abre a cabeça. Aqui não temos acesso, nossas crianças nunca foram a cidade, quanto mais, a um cinema. Sem contar o palhaço, que nos dá um outro ânimo para encarar a vida. Rir é muito bom!”
O Festcineamazônia Itinerante tem o patrocínio do BNDES, Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual, Lei Rouanet, apoio cultural da Fundação Saramago e Iphan. Parceiros de Mídia Rádio Parecis FM e Canal Brasil. O Festcineamazônia é membro do Green Film Network e Fórum dos Festivais.
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