Cineamazônia Itinerante chega a San Lorenzo e Surpresa

Depois de uma passagem pela Resex Rio Ouro Preto, Guajará-Mirim, Guayaramerín e Iata, o Cineamazônia Itinerante trocou as estradas de asfalto e chão pelo barco e chegou até a cidade boliviana de San Lorenzo, distante mais de 10 horas de barco de Guajará-Mirim, na tarde da terça-feira (29).

A equipe do projeto foi recepcionada pela população do lugarejo, que a ver o barco Canuto, que transporta o Cineamazônia Itinerante pelas águas do Rio Mamoré, foram para o barranco que fica em frente à comunidade. Muitas pessoas se dispuseram a carregar cadeiras e toda a estrutura para a montagem da tela de projeção, tanto no começo quanto no final da atividade.

O administrador, chamado de alcaide local, Ingo Choma, estava bastante satisfeito ao ver o grupo no vilarejo, apesar do atraso de um dia, causado por conta do nível baixo do rio e da fumaça que dificultam a navegação durante o dia e a noite. “Estávamos aguardando vocês chegarem ontem, mas soubemos que tiveram algumas dificuldades no caminho. Enfim, antes tarde do que nunca, e estamos ansiosos para ver os filmes e o espetáculo que vocês trouxeram para nós”.

Antes da exibição dos curtas metragens, foi mostrado o depoimento da dona Marta Suárez, uma das moradoras mais antigas de San Lorenzo, que falou ao projeto Museus Vivos, do Cineamazônia Itinerante. “Fico muito contente em contar um pouco da minha história e da luta do povo de San Lorenzo. Mais do que isso, falar da batalha que a mulher boliviana trava todos os dias para demonstrar que não é somente dona de casa, mas que pode alcançar outros postos importantes de trabalho na sociedade. Nós já estamos provando nossa competência em diversas áreas e queremos mais”, destacou ela.

Surpresa

Já na quarta-feira (30), quem recebeu o Cineamazônia Itinerante com muita animação foi a população do distrito de Surpresa, a dois dias de barco de Guajará-Mirim. Mesmo com o atraso na chegada em um dia, todas as cadeiras ficaram lotadas de crianças e adultos, ansiosos para ver os curta metragens e a apresentação do palhaço Cloro (artista Diego Gamarra).

Um dos moradores mais antigos da localidade, João Júnior da Silva, mais conhecido como João Pedro, teve seu depoimento exibido pelo projeto Museus Vivos. “Foi muito emocionante falar do que passei para ver Surpresa desse tamanho. Muito especial também tanta gente ver isso, em um dia bacana, onde tivemos muita alegria por conta do cinema e do palhaço”, disse ele.

O dia também foi especial para Sthefany Ayala, de 15 anos, que comemorou seu aniversário com toda a plateia presente. “Achei muito legal o palhaço me chamar lá na frente pra apagar a tocha no final do espetáculo e todos cantarem parabéns pra mim. Também gostei da presença dos meus amigos e da minha família nesse momento tão importante”.

Mais Cineamazônia

O Cineamazônia Itinerante continua a segunda etapa do projeto, com a exibição de filmes e apresentações circenses com o palhaço Cloro por mais 12 localidades no Vale do Mamoré e ao longo do Rio Guaporé até o dia 12 de setembro, quando encerrará suas atividades em Cabixi, no cone Sul do estado.

A equipe do Cineamazônia irá até comunidades ribeirinhas e quilombolas, reservas extrativistas, tanto do lado brasileiro como do lado boliviano. As primeiras apresentações foram feitas na estrada, como ocorreu na primeira etapa da itinerância.

Serão alternados municípios e localidades rondonienses e bolivianas. As próximas localidades e cidades que estão previstas são: Forte Príncipe da Beira, Costa Marques, Buena Vista, Quilombo Santo Antônio, Versalles, Quilombo de Pedras Negras, Mateguá, Porto Rolim, Cafetal, Remanso, Pimenteiras, e por fim, Cabixi.

A 15ª edição do Cineamazônia tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal, Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual e da Lei Rouanet. Ainda tem o apoio cultural da Sejucel, Funcultural, Fecomércio e SESC Rondônia. O Cineamazônia é associado ao Fórum dos Festivais e membro do Green Film Network.

Texto: Felipe Corona

Fotos: Beethoven Delano.

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