Tom político e homenagem marcam o quarto dia de festival
Festival lembrou mortes por conflitos agrários e entregou o Troféu Mapinguari à Betty Mindlin, homenageada da noite
“Precisamos falar de política”, cantou Simone Mazzer ao fim do discurso de abertura do quarto dia da 15ª edição do Cineamazônia, que ocorreu ontem (sexta-feira), no Sesc Esplanada. De fato, o festival elevou o tom político e em favor da defesa dos direitos humanos e pela preservação ambiental. Temas sérios e que acompanham o Cineamazônia desde seu início.
O início já veio com porrada. Contando até 61, a mestre de cerimônias Simone Mazzer lembrou os mortos pelos conflitos agrários em 2016. Logo depois foi a vez da homenageada da noite. Em discurso emocionado e com o Troféu Mapinguari em mãos, a antropóloga Betty Mindlin, conhecida por seus trabalhos e estudos envolvendo tribos indígenas, agradeceu à organização pela homenagem. Ela também lembrou a necessidade de continuar resistindo aos ataques contra os direitos humanos e dos povos indígenas.
Após a homenagem foi a vez de começar a sessão de cinema. Quem abriu foi “Metempsicose”, animação acreana de Ítalo Rocha e Marcelo Zuza. Após o filme, uma sequência de dois média metragens que colocaram temas Amazônia como plano de fundo. Cada um à sua maneira, dialogando com o duro discurso da abertura.
A ficção “Cidade Invisível”, de Thiago Foresti e Renan Montenegro, arrancou gargalhadas da plateia pelos diálogos divertidos. O tema central, entretanto, era mais sério: a relação abusiva de empregadores e empregados na extração de madeira na Amazônia, que trabalhavam em regime análogo à escravidão.
Já o documentário “Guardiãs da Floresta – Sônia Guajara”, de Betse de Paula, acompanha a luta de uma importante lider indígena, que dá o nome ao filme. A sessão terminou com o documentário “Não só sereias ou faunos”, de Sara Bonfim, eu retrata a conexão profunda entre homem e natureza.
A 15ª edição do Cineamazônia tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal, Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual e da Lei Rouanet. Ainda tem o apoio cultural da Sejucel, Funcultural, Fecomércio e SESC Rondônia. O Cineamazônia é associado ao Fórum dos Festivais e membro do Green Film Network.
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