Beto Bertagna

Beto Bertagna

Gaúcho de Porto Alegre, Beto Bertagna escolheu outro porto, o velho, para morar, crescer e adorar. Não é exagero dizer que o audiovisual e a memória de Porto Velho passam pelo olhar sensível e aguçado de Beto Bertagna. Talento que nasceu no Rio Grande do Sul, mas que escolheu Rondônia para desabrochar. Desde então debruçou-se sempre que pode na cidade que escolheu para viver, focando olhar para Porto Velho.
Gremista de coração, Bertagna fez parte de uma safra de artistas que foram quase que desbravadores da área cultural durante os anos 80 e 90. Seu grande mérito sem dúvida sempre esteve no fato de estar sempre trabalhando para que o audiovisual de Rondônia conversasse com outros territórios.
Durante a década 80, Beto trabalhou com o secretário de educação da época, Padre Victor Hugo. A missão era montar o parque técnico de construção da TV educativa Madeira Mamoré. Um espaço pioneiro da época e que mudou para sempre a carreira de Bertagna e também a produção de audiovisual do Estado.
Pela TV, foi responsável documentar muita gente na área da música. Numa época em que o YouTube e a divulgação streaming da música não era sequer sonhada, isso era uma façanha.
Além disso, seus documentários são quase que um livro didático em movimento. Mergulham fundo na história do Estado, sua cultura e seu povo. É o caso de Divino, Cem Vezes Divino, de 1994, história da secular festa religiosa e cultural trazida de Portugal para o rio Guaporé, na fronteira de Rondônia com a Bolívia. Ou de Desafio no Inferno Verde – A Ferrovia do Diabo, de 1997 a história da construção da lendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
Também fez ficção, como o caso de O Número (2004), um curta-metragem ficcional com o ator Othon Bastos e que foi premiado na 5ª Seleção de Roteiros do Programa Petrobrás Cinema.
Este ano, teve seu filme convidado para participar do Festival Cineamazônia. “Dana Merril, um fotógrafo no inferno verde” é um retorno ao tema da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, contando a história do fotógrafo americano que dá nome ao documentário e cujo trabalho é até hoje considerado peça chave para a compreensão do processo de ocupação da região Norte do Brasil. Para Beto Bertagna, o melhor é parafrasear o hino do imortal tricolor e dizer que certo é que ele estará com Porto Velho onde Porto Velho estiver.

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