AMAZÔNIA: A MAIS COMPLETA TRADUÇÃO.
A mais completa tradução da Amazônia é a sua recente produção cinematográfica.
A mais completa tradução da Amazônia é a sua recente produção cinematográfica. é a mais completa porque é a mais recente. Beneficiou-se de uma rica e diversificada história cultural e social acumulada e deve sua expansão atual aos avanços tecnológicos que permitiram a popularização das câmeras digitais. O fazer cinematográfico não é recente na Amazônia. De Silvino Santos pra cá, muita coisa boa tem sido produzida pelos cineastas da floresta. O que está acontecendo agora é algo diferente. é um movimento. Uma tomada de atitude e de consciência que tem como ponto de partida e referência principal o Festival Latino Americano de Cinema e Vídeo Ambiental, realizado todos os anos, há dez anos, em Porto Velho, Rondônia, organizado por Jurandir Costa e Fernanda Kopanakis.
A grande revolução do Festcineamazônia, como é conhecido na intimidade, é que os seus organizadores não ficaram satisfeitos em oferecer para o público uma única e anual exibição dos filmes concorrentes. E dessa insatisfação, dessa inquietação, dessa vontade de mostrar a Amazônia para o mundo, nasceu o Festcineamazônia Itinerante: porque o cinema deve ir aonde o povo está. Na sala climatizada ou no beiradão, na escola, no terreiro, na praça ou na prisão.
O itinerário inicial do Festcineamazônia foi pelas capitais e cidades da Amazônia brasileira. Atravessar as fronteiras foi um desdobramento natural e a exibição dos filmes, quase todos com temática ecológica e ambiental, passou a ser realizada também no Peru, Colômbia e Bolívia. Mas, cruzar fronteiras amazônicas pareceu pouco e o Jurandir e a Fernanda resolveram atravessar o mar: em 2010 eles mostraram os filmes em Portugal e Cabo Verde.
Conheci o casal de realizadores em Boa Vista, Roraima, na primeira fase, quando a turnê ainda era regional. Gravei um depoimento para o documentário produzido sobre a experiência amazônica. Fiquei logo fã da iniciativa. Depois fui convidado para passar uma semana em Porto Velho, acompanhando a realização do Festival e fazendo pequenos recitais de poesia antes da exibição dos filmes.
Tive a oportunidade de constatar a seriedade desse trabalho de educação, lazer, transformação e reflexão que só cinema tem o poder de operar no corpo e na alma dos seres humanos de qualquer idade.
Em março de 2012 recebi um novo convite. Acompanhar o Festcineamazônia Itinerante nas cidades de Coimbra, Portugal e nas cidades de Praia e Mindelo, no Cabo Verde. Além de apresentar pequenos recitais de música e poesia antes dos filmes, me foi dada a incumbência de protagonizar e dirigir o documentário sobre a viagem. Prazer em dose dupla. Responsabilidade ao quadrado. Para nos auxiliar nessa empreitada audaciosa, dois fotógrafos profissionais foram convidados: Ricardo de Almeida, português, que nos acompanhou nas filmagens em Lisboa e Coimbra e o brasileiro Pisco del Gaiso, para as filmagens em Cabo Verde.
Em Coimbra nosso evento aconteceu no Teatro da Cerca de São Bernardo, construído pelo governo municipal e administrado pelo grupo de teatro A Escola da Noite. Uma surpresa na platéia: jovens de Roraima que estudam na Universidade de Coimbra.
Um convidado especial: João Paulo Macedo, diretor do Festival de Curtas Metragens de évora. Uma alegria no jantar: Victor Branco, cidadão português, esposo da cozinheira, que com sua voz potente nos mostrou a diferença entre o fado de Coimbra e o de Lisboa. Nosso anfitrião: Giovanni Alegretti, cidadão italiano, professor da Universidade de Coimbra.
Em Cabo Verde a mostra de cinema amazônico ocorreu em dois lugares: no cinema da cidade de Praia, capital do país-arquipélago e na Escola Internacional de Arte da cidade de Mindelo, terra de Cesária Evora. A produção local foi de responsabilidade da caboverdiana Samira Pereira. Incluímos na programação filmes de cineastas locais, visitamos o Centro Cultural Brasil Cabo Verde, que realiza uma ação cultural digna de aplausos e colhemos, para o nosso documentário, um depoimento do embaixador do Brasil, João Inácio Padilha. Uma companhia agradável e musical: o cantor e compositor Princezito, caboverdiano da cidade de Tarrafal, na ilha de Santiago. Um momento mágico: a filmagem que Princezito e eu fizemos com as Batukadeiras de Tarrafal, grupo de moças que cantam músicas tradicionais africanas.
O Festcineamazônia – Festival Latino Americano de Cinema e Vídeo Ambiental, tem o patrocínio do BNDES e da Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura, Governo Federal. Entre os apoiadores, TAL – Television America Latina, Rádio 95 Fm, Governo de Rondônia, o Jornal Folha de Rondônia. Seu diretor comercial, Marcus José do Amaral, acompanhou nossa equipe em Portugal. Para conhecer melhor o Festcineamazônia e acompanhar de perto é só acessar www.cineamazonia.com.
Em novembro vindouro o Festival chega a sua 10ª edição. Já estou convidado para dividir o palco, num show de música e poesia, com o Princezito. Vai ser uma festa, um festival de imagens, cores e sons. Vamos exibir o filme feito durante a viagem e começar uma nova viagem. é o cinema brasileiro feito na Amazônia. Da Amazônia para o mundo. A nossa mais completa tradução.
Eliakin Rufino.
Poeta
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