O baixo elegante de Arthur Maia encerra Cineamazônia

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Arthur Maia será a atração musical do Festival Cineamazônia 2016

Entre tantas peculiaridades que tornam o Cineamazônia um festival de cinema único no país, sua constante interação com outras formas de expressão artística é certamente uma das características que mais chamam a atenção. Artes circenses, exibição de filmes em lugares geralmente ignorados- como terreiros de umbanda e comunidades de periferias- e debates sobre literatura. Tudo entra no caldeirão cultural do festival, mas uma das atrações mais esperadas pelo público são os espetáculos musicais. A música é uma constante no Cineamazônia, tanto em shows de abertura como de encerramento do festival. Na edição 2016 o festival abre as portas e estende um tapete vermelho para o que de melhor a música instrumental brasileira possui. O baixista Arthur Maia fará o show de encerramento do festival, no dia 26 de novembro, às 20h, no Teatro Banzeiros. E como já é tradição, a entrada é gratuita.

É uma atração a mais que encorpa a noite já por si só emocionante de entrega do troféu Mapinguari às melhores produções em competição no Cineamazônia. Ao longo dos anos, desfilaram nomes que são um verdadeiro ‘quem é quem’ da música de qualidade feita no Brasil, como Bado, Nilson Chaves, Eliakin Rufino, Jorge Mautner, Paulinho Moska, Sérgio Ricardo, DJ Man, Celso Viáfora, José Miguel Wisnik, Simone Guimarães, Flávio Venturini, Zezé Motta e Luiz Melodia, para ficar em alguns exemplos. Arthur Maia dará vez a algo, no entanto, pouco explorado no festival, a música instrumental.

Nascido no Rio de Janeiro, Arthur Maia tem a ascendência de uma família extremamente musical. Em casa, os pais eram intensos amantes da música. O compositor Álvaro Nunes, conhecido por J. Cascata e o baixista Luizão Maia, com quem aprendeu as primeiras técnicas no baixo, são seus tios.  E se herdou deles a sensibilidade musical, o instrumentista foi além.

Ponte, captadores, corpo, braço, tarraxas e trastes de um contrabaixo não foram mais os mesmos, após Arthur Maia ter encontrado o instrumento e desenvolvido uma técnica especial, única. Antes conhecido por sua limitação, por meio de sua releitura, o contrabaixo mudou escalas e conquistou espaços. Um engenho que faz com que Arthur Maia seja considerado, pela crítica especializada, um dos melhores baixistas do mundo.

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Arthur Maia já trabalhou com grandes nomes como Milton Nascimento, Lulu Santos e Jorge Benjor. Ele será a atração musical do Festival Cineamazônia 2016

O começo, no entanto, não indicava que seria esse o destino de Maia. Ele Iniciou a carreira musical como baterista em bailes da Zona Norte carioca. Mas orientado pelo tio, o baixista Luizão Maia, começou a tocar contrabaixo aos 17 anos. Foi uma mudança radical e o início de uma trajetória ímpar no cenário musical brasileiro.

Aos poucos, o contrabaixista passou a se tornar músico constante em álbuns e shows ao lado de grandes nomes da música nacional como Jorge Ben Jor, Gal Costa, Lulu Santos, Caetano Veloso, Martinho da Vila, Djavan, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Marisa Monte, Leila Pinheiro, Mart’nália, Seu Jorge e César Camargo Mariano, entre outros.

O talento ultrapassou fronteiras. Entre os artistas estrangeiros, Arthur Maia já tocou também com Ernie Watts, Sheila E., Pat Metheny, Carlos Santana, George Benson, Paquito de Rivera e Plácido Domingo.

Foi ainda elemento fundamental em diversos grupos de música instrumental brasileira: Garage, Varanda, Pulsar e o Cama de Gato, na formação com o pianista Rique Pantoja, o baterista Pascoal Meirelles e o saxofonista Mário Senise. Arthur Maia participou também da banda Black Rio e do grupo de música pop Egotrip.

Free Jazz, Heineken Concerts, Brazil – New York Jazz Festival e os Festivais de Jazz de Paris, Montreux e Montreal foram alguns dos principais eventos internacionais que contaram com a presença marcante do músico.

Indicado em distintas categorias ao Grammy, Arthur Maia é ganhador dos prêmios por sua participação em discos como ‘Brasileiro – Sergio Mendes’ (Melhor Álbum de World Music – 1993); ‘Quanta Gente Veio Ver’ (Quanta ao Vivo) – Gilberto Gil (mesma categoria – 1997); ‘São João Vivo’, também do compositor baiano (Música Regional Brasileira – 2001) e mais recentemente por ‘Fé na Festa – Gilberto Gil’ (Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras/Regional – 2010).

Em carreira solo Maia lançou cinco discos. O mais recente é de 2010, ‘O tempo e a música’, lançado pela Biscoito Fino.

Cineamazonia, 14a EDIÇÃO, tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal, Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual, Lei Rouanet. Apoio Cultural da Prefeitura de Porto Velho, através da SEMA.

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