Cineamazônia Itinerante faz exibição de filmes às escuras em Rio Pardo
Após percorrer 105 quilômetros que separam Jacy-Paraná de Rio Pardo, a caravana do Cineamazônia Itinerante chegou no início da tarde do domingo (13), ao distrito de Rio Pardo, que pertence a Porto Velho, mas está mais próximo de Buritis, que fica a somente 80 quilômetros de distância do local. O trecho feito em estrada de terra foi vencido em pouco mais de três horas.
O palhaço Cloro ainda foi até a comunidade católica Cristo Rei, que tinha feito um almoço especial do Dia dos Pais e realizava um bingo entre seus frequentadores para comemorar a data importante. O artista convocou a todos para comparecerem a atividade do Cineamazônia na cidade.
No meio da tarde, uma surpresa: um apagão deixou a cidade de cerca de 3 mil habitantes sem energia elétrica, faltando poucas horas para a atividade do Cineamazônia Itinerante começar na principal avenida do lugar.
Mesmo assim, no horário marcado, às 19:30 horas, foi feita a exibição do depoimento de Salvador da Cruz Filho, morador de Rio Pardo há 13 anos e personagem do projeto Museus Vivos, realizado no ano passado. Isso só foi possível porquê a caravana do Cineamazônia Itinerante conta com um gerador para esse tipo de emergência. Com isso, foi possível ter energia para os refletores, projetor, notebook, microfones e demais equipamentos utilizados nas projeções.
Realidade cruel
Conversando com alguns moradores, soubemos que a energia elétrica chegou há pouco tempo em Rio Pardo, mas já começa a doer no bolso. “Tem três meses que começaram a cobrar as contas de energia. Querem que a gente pague a taxa de iluminação pública, mas não tem uma lâmpada nos postes. Mas, o preço é salgado. Mês passado paguei mais de 10 reais só nisso. A gente reclama, reclama, e é esse é o serviço que prestam. Aqui do lado, o dono da sorveteria já está tendo maior prejuízo com essa falta de energia elétrica há horas”, afirmou o radialista e dono de um pequeno restaurante que serve espetinhos, Abraão Sousa.
A caravana do Cineamazônia saiu de Rio Pardo por volta das 08:30 da manhã desta segunda-feira (14) e até aquele momento, a energia elétrica ainda não tinha sido restabelecida.
Alegria
Esta é a quarta vez que o Cineamazônia Itinerante vai até o distrito de Rio Pardo, mas não é a única atividade que o projeto realiza na cidade. Ainda há o Animando Amazônia e o Museus Vivos, realizado no ano passado com um dos pioneiros da cidade, Salvador da Cruz Filho.
Apesar das dificuldades, todos gostaram dos filmes exibidos e da apresentação do palhaço Cloro. “Eu fiquei muito empolgada com mais uma presença do Cineamazônia na nossa cidade. Pelo o que sei, é a quarta vez que vocês vêm aqui e sempre compareço. Trouxe minha filha, de oito anos e um priminho dela. Eu nunca tive essa oportunidade de me divertir com cinema ou palhaço quando criança. Então, a gente aproveita muito essa chance. Também achei importante todos conhecerem a história do seu Salvador, que desde que moro aqui em Rio Pardo, sempre lutou por melhorias e busca sempre mais infraestrutura para nossa cidade”, afirmou a professora Rosenira Soares.
Texto: Felipe Corona
Fotos: Beethoven Delano
Você também pode gostar
DEFINIDOS OS JURADOS DO FESTCINEAMAZÔNIA 2015
O cineasta Leopoldo Nunes, o diretor boliviano Marcelo Cordero, a produtora de cinema Suzana Amado, o sociólogo Vinicius Fernandes da Silva e a repórter Mara Paraguassu comporão o juri do
Histórias mal Contadas será exibida na TV Serra Azul
Resultado de uma parceria entre a Espaço Vídeo e Cinema e a Fundação Cultural Serra Azul, gestora da TV Serra Azul, localizada na cidade de Porangatu, Norte goiano, retransmissora da
FESTCINEAMAZÔNIA ITINERANTE LEVA CINEMA AO VALE DO GUAPORÉ
Comunidades isolados no Rio Guaporé recebem cinema e circo pela primeira vez