Cineamazônia fecha segunda etapa da itinerância em Pimenteiras
O Cineamazônia completou, nesta quarta-feira (03) mais uma etapa do projeto de itinerância do festival. De barco, a caravana cultural do Cineamazônia Itinerante visitou dezessete localidades ribeirinhas que receberam as sessões de cinema e circo ao longo do leito do rio Guaporé, levando cinema, circo e oficinas culturais.
A despedida da segunda etapa do festival ocorreu na terça-feira (02), na cidade de Pimenteiras. Debaixo de um céu estrelado, a exibição contou com a apresentação de dança de alunos de uma escola pública da região, que emocionou a equipe da caravana.
“Para nós é sempre um prazer levar toda a estrutura do cinema e do circo para essas comunidades. Em geral, são locais com pessoas de histórias muito simples e que na possuem acesso à arte e que sempre nos recebem de braços abertos”, diz a coordenadora do Cineamazônia Fernanda Kopanakis na abertura do evento.
A aventura pelo rio Guaporé começou na Reserva Extrativista Rio Ouro Preto, entre os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, em Rondônia. Foi uma noite típica de primeira vez, primeiro encontro. Era a primeira apresentação do projeto na comunidade, que passa a integrar o roteiro do festival. Era também a primeira vez que muitos moradores tinham a possibilidade de ver cinema e circo tão próximos.
“É uma emoção muito forte estar aqui nessa comunidade que tem um histórico de resistência e luta tão fortes”, disse Fernanda Kopanakis.
A emoção também foi grande para a dupla de palhaços Chiquita e Cotonete, interpretados por Geysa Helena e Alexandre Malhone. “É um prazer enorme participar desse projeto e poder levar cultura para essas localidades. Cultura é um direito de todos e é muito bom que tenhamos a oportunidade de levar a arte do cinema e do circo à pessoas que raramente têm acesso a isso”, diz Geyza.
Destaque também para as duas comunidades quilombolas que tradicionalmente são visitadas pelo Cineamazônia, Santo Antônio e Pedras Negras. Fernanda Kopanakis, organizadora do festival, aproveitou para falar sobre a importância da localidade no calendário do evento. “Pedras Negras é uma comunidade muito importante para nós porque aqui realizamos o documentário Quilombagem. Algumas crianças daqui sequer eram nascidas. É bom que conheçam a própria história”, disse durante a abertura.
Oficinas
Além dos filmes e das apresentações dos palhaços, o festival também levou oficinas de fotografia, ministrada pela fotógrafa Bete Bullara.
Em Guajara-mirim, a oficina mostrou, de forma simples, mas efetiva, a importância do projeto como fomentador de uma cultura viva. Tudo isso foi sintetizado no momento em que a coordenadora Fernanda Kopanakis anunciou Bete Bulara, pedindo que ela falasse um pouco sobre a oficina de fotografia artesanal, baseada na técnica de pinhole.
A oficina alimentou sonhos. “Decidi fazer porque tenho um apreço enorme por fotografia. Tenho uma câmera digital pequena e não profissional. Já faz um tempo que gosto de tentar fotografar. Saio às vezes para fazer alguns experimentos quando a luz está bonita”, disse Fernanda Andrade, 15 anos.
Outra oficina oferecida era a da técnica de Pixilation, produzida e dirigida por Christyann Ritse. Feita junto com as crianças de cada município, a oficina servia para aproximar as crianças menores à sétima arte. O resultado era sempre visto no início de cada sessão.
“Foi muito proveitosa a oficina, porque reafirmou a ideia de levar um pouco do universo da produção audiovisual para essas comunidades mais isoladas que não possui tanto acesso à informação e tecnologia. É uma forma de brincar com esse universo lúdico à essas crianças”, afirma Christyann.
Como ocorreu na primeira etapa do Cineamazônia Itinerante, o festival também procurou registrar personagens e a vida de cada comunidade visitada, através do projeto Museus Vivos, disponível no canal do youtube e no website do festival.
Com o fim da itinerância pelo rio Guaporé, as atenções se voltam para a etapa da mostra competitiva do Cineamazônia 2016, que ocorrerá entre os dias 23 e 27 deste mês.
Cineamazonia, 14a EDIÇÃO, tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal, Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual, Lei Rouanet. Apoio Cultural da Prefeitura de Porto Velho, através da SEMA.
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