Cineamazônia Itinerante vai até Fortaleza do Abunã e Abunã
Na quarta-feira (09), ao sair de Vista Alegre do Abunã, a caravana do Cineamazônia Itinerante seguiu para a bela Fortaleza do Abunã, banhada pelas águas do rio do mesmo nome e que tem uma cachoeira e praias de tirar o fôlego.
Distante cerca de 260 quilômetros da Capital, Porto Velho, Fortaleza do Abunã é conhecida também pelas casas construídas em madeira, com cores vibrantes e população receptiva. Nesta época de verão amazônico, o pequeno distrito com pouco mais de 800 habitantes, sofre com a poeira e a fumaça causada pelas queimadas feitas em toda a região da Ponta do Abunã.
O mirante da cidade recebeu a projeção de vários filmes de animação e ficção de vários países, incluindo Brasil, Colômbia e Venezuela. Quem estava bastante feliz com mais uma ida do Cineamazônia ao local era o senhor Ailton Alves, de 57 anos. “Acho que é a quarta vez que vocês vêm aqui e eu não perco uma. Gosto muito dos filmes e dos palhaços que trazem. É diversão garantida”, vibrou ele.
Outra que também curtiu muito mais uma atividade do projeto em Fortaleza do Abunã foi a dona Zuleika Vasconcelos, de 84 anos. “Todos os filmes eram muito bons, engraçados e bacanas de assistir. Gostei de todos, mas o palhaço também foi muito engraçado. Me diverti bastante”.
Do outro lado
Logo nas primeiras horas da manhã da quinta-feira (10), o Cineamazônia Itinerante cruzou o rio de balsa, que está com o nível bem baixo, e foi para o distrito de Abunã, a pouco mais de 215 quilômetros de Porto Velho.
O local, com cerca de 1.700 habitantes, recebeu com simpatia mais uma edição do projeto na quadra da escola Marechal Rondon, que recebeu várias famílias com crianças, que participaram ativamente das projeções dos filmes e da performance do palhaço Cloro (artista argentino Daniel Gamarra).
Logo no início, foi feita a exibição do depoimento do senhor Sebastião Mota, pioneiro em Abunã, que ficou feliz com a iniciativa da coordenação do Cineamazônia Itinerante, chamada no ano passado de Museus Vivos. “É diferente a gente conversar com vocês e depois se ver na tela. Mas, também é importante a gente falar sobre o passado para as novas gerações. Elas têm que entender a importância de se manter viva a história de um lugar”, apontou ele.
Telma Santos, que também é moradora do distrito, se divertiu bastante com mais uma etapa no local. “Eu fico muito feliz de vir até aqui e assistir filmes de qualidade e um espetáculo super divertido. Eu já trabalhei muito com artes, na época que atuava em uma escola. É uma grande oportunidade de juntar educação, arte e cultura”.
Memória
Durante toda a itinerância, o Cineamazônia desenvolve o projeto Imagens da Memória, que consiste na gravação de depoimentos das pessoas mais antigas das cidades onde a caravana passa, além de imagens dos seus rostos que são projetadas nos pontos mais importantes destes lugares e eternizadas em fotos.
Já foram registrados depoimentos e projetadas as imagens nos municípios que o Cineamazônia Itinerante percorre desde o dia 02 de agosto. Os personagens foram Raimunda Gomes, de Iñapari (Peru); de Rosaura Bandeira, de Capixaba (AC), Raimundo de Brito Filho (seu Carrapicho), de Nova Califórnia (RO) e de Maria Pereira dos Santos, de 94 anos, de Fortaleza do Abunã.
Texto: Felipe Corona
Fotos: Beethoven Delano
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