Cineamazônia leva oficina de pinhole para comunidades do Guaporé

Parece mágica. E é.  Um minúsculo buraco em uma caixinha comum. E um processo mágico se faz com a luz. Fotografia. O princípio básico. Essa talvez seja uma definição simplista, mas precisa, da técnica de fotografia Pinhole. Essa captura mágica de um momento será repassada a crianças em oficinas realizadas em comunidades quilombolas e ribeirinhas banhadas pelo Rio Guaporé durante a itinerância do Cineamazônia 2016, que inicia no dia 13 de julho e se estende até o dia 24 do mesmo mês.

A oficina será ministrada pela jornalista e fotógrafa Bete Bullara. Formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense faz parte da equipe do CINEDUC desde 1975, onde participou de cursos para crianças e adolescentes, treinamento de professores, mesas redondas e palestras, tanto no Brasil como no exterior. Preparou materiais didáticos, tanto teóricos como de exercícios. Atualmente é Secretária Executiva da entidade.

“A proposta da oficina é mostrar como funciona a luz, o nosso olho, a câmera escura, os processos químicos e por fim realizar a magia de registrar imagens com uma caixinha comum. Os participantes farão suas próprias fotos, que serão então reveladas e colocadas em papel usando o sistema químico anterior ao digital”, explica a fotógrafa.

Literalmente ‘pinhole’ significa ‘buraco de agulha’. É justamente esse o tamanho do orifício a ser feito nas caixinhas dos participantes da oficina. O processo é o princípio básico da fotografia em seus primórdios, muito antes de se pensar em digitalização.

“Hoje o mundo nem pode ser pensado sem esse registro de imagem com o qual estamos diariamente em contato, ou vendo ou fazendo. Fotografias, filmes, vídeos, TV, imagens feitas por profissionais, por amadores, nas revistas e jornais, na internet, na parede das casas e das lojas, no nosso celular, o mundo é farto de imagens que nos trazem notícias de longe e de muito perto, como nos casos das selfies”, analisa Bete Bullara.

Entender de onde vem esse fascínio pela imagem, pode ser mais fácil quando se busca compreender a origem de tudo. Bete Bullara defende a ideia de que, mesmo com toda a tecnologia disponível se desenvolvendo em ritmo alucinante e colocando no mercado a todo momento um novo produto, sempre houve quem utilizasse recursos mais simples e bem antigos para criar e se expressar artisticamente. “A fotografia pinhole feita com uma pequena câmara escura e sem lentes é um deles”, diz ela.

“Para a fotografia ser inventada, foram necessárias inúmeras descobertas científicas que propiciaram muitos inventos. Inicialmente foi fundamental entender cientificamente como a luz se comporta. E então surgiu o invento da câmera escura, ao que tudo indica já no século V”, explica.

A técnica é surpreendentemente simples. Sabendo que a luz se desloca em linha reta, foi criada uma caixa totalmente fechada, com um pequeno orifício para permitir a entrada da luz. A caixa tinha de ser toda pintada de preto por dentro, com exceção  da parte de trás, onde a luz se reflete. A câmera escura teve muitos usos práticos, de experimentos científicos a artísticos. Leonardo Da Vinci foi um dos que usaram a caixa. Estavam dados os primeiros passos para o surgimento da fotografia.

“O trabalho da oficina é de estímulo à criatividade e ao olhar atento para o entorno. Mas também falaremos um pouco da ciência”, explica Bullara, com a experiência de quem já ministrou 67 oficinas para professores e para jovens de 16 estados brasileiros.

O Cineamazônia Itinerante 2016 tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal, Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual, Lei Rouanet.  Apoio Cultural da Prefeitura de Porto Velho, através da SEMA e FUNCULTURAL.

 

 

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