Inclusão e educação: estudantes lotam platéia do “A Escola Vai ao Cinema” do Cineamazônia

Os olhos brilhavam de expectativa. Os sorrisos eram quase incontroláveis. Foi dessa maneira que estudantes das escolas públicas estaduais e municipal Ulisses Guimarães, 21 de Abril e Saul Bennesby entraram e ocuparam todas as cadeiras do Teatro 1, do SESC Esplanada, na manhã desta quarta-feira (18), no primeiro dia da atividade do Cineamazônia “A Escola Vai ao Cinema”.

Dezenas de crianças com idades entre 09 e 11 anos estavam ansiosas para ver filmes curta metragens de animação e ficção de várias partes do Brasil e do mundo. Todos com classificação livre, dentro da faixa etária dos pequenos, mas ilustres espectadores.

O objetivo dessa iniciativa é diversificar a programação e atingir o maior número de espectadores. Outro ponto também é a possibilidade de conquistar um público que não tem o costume de enfrentar as salas de cinema e gerar no meio estudantil a reflexão sobre os problemas ambientais que cercam as cidades brasileiras e a região Amazônica.

A vice-diretora da escola municipal Saul Bennesby, Edna Lopes, aprovou a oportunidade dos estudantes conhecerem um pouco da sétima arte. Ela levou várias crianças de 10 e 11 anos, do 5º ano do Ensino Fundamental, para assistir as produções selecionadas pelo Cineamazônia. “Quando falamos que iríamos levar uma turma para assistir filmes, elas gostaram bastante. Estavam todos muito alegres para vir até aqui. Parece que estão gostando de ter saído um pouco da sala de aula para conhecer um pouco desses trabalhos”, afirmou ela.

Para o fundador e um dos coordenadores do Cineamazônia, José Jurandir da Costa, a atividade irá “despertar nos jovens um contato direto com a arte cinematográfica e com as questões, tanto ambientais quanto sociais, que estarão sendo discutidas durante o festival”.

Inclusão

Já no segundo e último dia d’A Escola vai ao Cinema, a palavras chaves foram inclusão, educação e cultura por meio da sétima arte. Os alunos da Socidade Pestalozzi de Porto Velho também estavam muito animados para assistir os filmes curta metragens do Brasil e de países estrangeiros. São ditos “especiais”, sim, mas com bom gosto e muita alegria para participar de uma atividade que busca a união dos mais diferentes segmentos da sociedade.

Pequenos estudantes de uma escola de educação infantil da Prefeitura de Porto Velho, com idades entre 07 a 09 anos de idade, também se juntaram a eles e também assistiram as produções selecionadas pela curadoria do Cineamazônia.

Formação de platéia

Enquanto o cinema brasileiro aumenta a produção a cada ano, e se faz necessários investimentos públicos, patrocínios, formação profissional e qualidade artística, outra questão importante, e que também requer bastante atenção, é a formação de público.

Projetos como o Cineamazônia, por meio das suas exibições itinerantes por Peru, Acre, distritos de Porto Velho e Vale do Guaporé, além dos debates como “A Escola Vai ao Cineama” têm tido um papel importante nesta área, que promovem o acesso dos jovens ao cinema brasileiro.

Em 2014, foi aprovada a Lei 13.006, que acrescenta à Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional um dispositivo que torna a exibição de filmes de produção brasileira obrigatória nas escolas de ensino básico.

Do ponto de vista educacional, formar o público significa, por exemplo, dar condições justamente para os estudantes conhecerem as produções nacionais, de forma a apreciá-las e estudá-las como linguagem, para terem condições de compreendê-las. Porém, as iniciativas nesse sentido ainda são muito tímidas em todo o país, sendo apenas encontradas algumas poucas iniciativas como o Cineamazônia.

A 15ª edição do Cineamazônia tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal, Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual e da Lei Rouanet. Ainda tem o apoio cultural da Sejucel, Funcultural, Fecomércio e SESC Rondônia. O Cineamazônia é associado ao Fórum dos Festivais e membro do Green Film Network.

Texto: Felipe Corona

Fotos: Beethoven Delano.

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