Cineamazônia inicia itinerância tendo o rio Guaporé como destino
Esse rio é minha rua, piso no peito da lua, deito no chão da maré. Os versos de Paulo André e Rui Barata, compositores paraenses, traduzem com perfeição os caminhos de rio que serão feitos pela itinerância do Cineamazônia a partir desta quarta-feira, 13.
É o rio Guaporé quem direcionará a maior parte do trajeto da segunda fase do Cineamazônia, com a exibição de filmes, apresentações circenses, poesia com Matias Mendes e oficinas ligadas a técnicas visuais. Enquanto o videomaker Christyan Ritse realizará filmes de animação na técnica em Pixilation para crianças das comunidades ribeirinhas e quilombolas, a fotógrafa Bete Bullara ministrará oficinas de pinhole, ou a fotografia do buraco da agulha, mostrando a crianças a técnica primordial da fotografia.
A caravana cultural se estenderá até o dia 2 de agosto. Dezoitos locais, entre municípios, pequenas comunidades ribeirinhas e quilombolas, reservas extrativistas, tanto do lado brasileiro como do lado boliviano.
As primeiras apresentações serão feitas ainda sob o domínio das estradas, como ocorreu na primeira etapa da itinerância, entre distritos rondonienses, acreanos e peruanos. A primeira parada será na Resex Rio Ouro Preto.
A Reserva Extrativista Rio Ouro Preto foi umas das quatro primeiras unidades de uso sustentável a serem criadas no Brasil. Está localizada nos municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, em Rondônia e integra o maior bloco de área protegida do Estado.
Será a primeira oportunidade para a dupla de palhaços integrantes da Trupe Koskowisck, um grupo de atores-palhaços que desenvolvem um trabalho e pesquisa em Teatro de Rua, Circo e Circo-Teatro. Formado por Geise Helena e Alexandre Malhone, o grupo nasceu em 2006 desenvolvendo nas ruas, cenas a partir de improvisos.
Durante a apresentação, dois atrapalhados palhaços disputam a atenção da plateia numa competição na qual são bem vindos todos os tipos de artimanhas e armadilhas criando no espectador o desejo de torcer por um deles.
Depois da Resex, o caminho ainda será pelas estradas, com o distrito de Iata abrigando o segundo dia da programação. É só depois da divisão fronteiriça de Guajará-Mirim e Guayaramerim que o rio Guaporé determinará os caminhos da caravana cultural.
Serão alternados municípios e localidades rondonienses e bolivianas. San Lorenzo no dia 18 e Surpresa, no dia 19, são os dois primeiros locais banhados pelo rio Guaporé que irão receber o Cineamazônia Itinerante. San Lorenzo é uma pequena comunidade boliviana. Já Surpresa faz parte do lado brasileiro do rio Guaporé.
Além de Guayaramerim, mais seis comunidades bolivianas acolherão o Cineamazônia Itinerante. San Lorenzo, Buena Vista, Versalhes, Mateguá, Cafetal e Remanso.
Do lado brasileiro há desde municípios maiores como Costa Marques e Guajará-Mirim até pequenas comunidades quilombolas como Santo Antonio e Pedras Negras.
Em comum todas reconhecem a importância do Cineamazônia Itinerante. Tanto que a cada ano, as sessões ao ar livre são lotadas. As crianças, principalmente, divertem-se sempre com as estripulias circenses e com os curta-metragens exibidos.
Esse ano também serão produzidos vídeos de moradores mais antigos das comunidades, integrando o mais recente projeto do Cineamazônia, o Museus Vivos.
Concebido por Ismael Machado, Fernanda Kopanakis e Jurandir Costa, o projeto visa registrar a história oral das comunidades por intermédio de seus protagonistas, os moradores pioneiros ou mais antigos.
Com a direção de Lui Machado e Ismael Machado nessa etapa da itinerância, o projeto mostra que o Cineamazônia tem cada vez mais um papel fundamental no registro de um tempo na Amazônia que pode se perder.
Cineamazonia, 14a EDIÇÃO, tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal, Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual, Lei Rouanet. Apoio Cultural da Prefeitura de Porto Velho, através da SEMA.
CONTATOS:
Lui Machado: (27) 98101-4600
Ismael Machado: (21) 97441-0771
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